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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) arquivou as acusações contra Éverton Henrique Goandete, motoboy negro que foi esfaqueado e preso por desobediência durante uma abordagem da Brigada Militar em Porto Alegre, no dia 17 de fevereiro de 2024. Segundo o Correio do Povo, a decisão foi confirmada nesta segunda-feira (9) pela defesa do motoboy, que considera o caso um exemplo de racismo institucional.
A confusão ocorreu após uma discussão entre Éverton e um idoso branco no bairro Rio Branco, na Capital. O idoso esfaqueou o motoboy durante o desentendimento, motivado por reclamações sobre o acúmulo de motos em frente a calçadas e restaurantes. A Brigada Militar deteve Éverton no local, o que gerou críticas sobre a condução da abordagem.
Segundo o advogado Ramiro Goulart, a Justiça arquivou as acusações de desobediência e lesão corporal contra seu cliente. Já o idoso envolvido aceitou uma transação penal e pagou um salário mínimo como forma de acordo.
“Foi reconhecido que não houve resistência. A defesa celebra o entendimento das decisões judiciais, mas segue na luta contra o racismo institucional e estrutural”, declarou o advogado.
Na época, o caso gerou repercussão por suspeita de preconceito racial. Testemunhas relataram tratamento diferenciado entre o motoboy e o agressor, afirmando que Éverton foi algemado e colocado no camburão, enquanto o idoso foi conduzido sentado no banco da viatura.
Ainda conforme o Correio do Povo, a Brigada Militar negou qualquer conduta racista. Um Inquérito Policial Militar concluiu que a prisão foi motivada por desacato, e não houve racismo na ação dos policiais. A Polícia Civil indiciou ambos por lesão corporal.